Nos últimos dois anos (2020 a 2022), observamos uma grande onda de adesão à nuvem. Segundo dados de uma pesquisa global realizada pela consultoria Accenture, mais de 86% das organizações reportaram um aumento no escopo e no volume de suas iniciativas em cloud nesse período.
Ao migrar sistemas, aplicativos e dados para a nuvem, os resultados são bem conhecidos, entre os quais estão: flexibilidade escalável, maior agilidade e mobilidade, permitindo que sua equipe acesse informações cruciais de qualquer lugar, aumentando a colaboração e a produtividade.
Mas, para muitas empresas que realizam migrações de dados para sistemas em nuvem, o foco excessivo no ganho de curto prazo pode levar a problemas de longo prazo, dificultando a captura de uma parcela muito maior do real potencial da nuvem.
Isto pode acontecer quando as áreas de TI, geralmente com o auxílio de integradores de sistemas, migram um conjunto de aplicações para a nuvem o mais rápido possível, visando capturar os ganhos iniciais. Porém, esse foco de curto prazo pode trazer consequências significativas.
Uma das primeiras orientações que damos aos nossos clientes é a importância da criação de bases adequadas. Ao estabelecer as bases corretas, a organização prepara um caminho para uma transição suave e isso oferece vantagens operacionais significativas.
Quando observamos os dados no Brasil, levantados pela IBM, 83% dos líderes empresariais e de TI adotam uma abordagem de nuvem híbrida, impulsionando assim a transformação digital. De acordo com o estudo, a taxa de adoção de nuvem híbrida no país ultrapassa a média global, que é de 77%.
Apesar disso, a maioria das organizações brasileiras enfrenta desafios ao tentar harmonizar todos os seus ambientes de nuvem: somente 27% conseguem gerenciar de forma abrangente os ambientes de nuvem híbrida, o que pode gerar lacunas e expor os dados a riscos.
No cenário brasileiro, 76% consideram difícil alcançar todo o potencial da transformação digital sem uma estratégia sólida de nuvem híbrida em vigor. Além disso, 89% da liderança das organizações no país possui uma compreensão clara do valor empresarial que os investimentos na adoção de diversas formas de nuvem, ou seja, pública, privada, multi e híbrida, podem proporcionar.
Nesse processo de migração para a nuvem, portanto, é fundamental estar ciente dos riscos associados à transição de forma apressada e sem a devida atenção às bases corretas. O motivo disso é que um movimento precipitado pode resultar em problemas de desempenho e estabilidade.
A falta de planejamento adequado pode levar a uma infraestrutura de nuvem mal dimensionada, resultando em equívocos, quedas de serviço e interrupções, o que afeta a experiência do usuário e a reputação da empresa. Além disso, a segurança dos dados pode ser comprometida. Sem a devida consideração pela segurança desde o início, há um risco maior de vulnerabilidades cibernéticas, exposição de informações sensíveis e potenciais violações de conformidade regulatória.
Outro risco significativo está relacionado à integração e ao treinamento da equipe. Uma migração apressada pode levar a uma falta de familiaridade com as novas ferramentas e processos da nuvem. Isso pode resultar em dificuldades operacionais, ineficiências e até mesmo resistência dos funcionários à adoção das novas tecnologias. Sem a capacitação adequada, a equipe pode enfrentar obstáculos para aproveitar ao máximo os recursos da nuvem, prejudicando o retorno sobre o investimento. Portanto, é fundamental ter em mente que uma migração bem-sucedida para a nuvem requer uma abordagem cuidadosa, planejamento minucioso e execução gradual para mitigar esses riscos e garantir um processo suave e eficaz.
Certamente, ao adotar uma abordagem atenta e cuidadosa para a migração para a nuvem, sua empresa pode desfrutar de uma série de vantagens significativas. Primeiramente, a escalabilidade flexível é uma das principais vantagens. Com as bases certas, você pode dimensionar seus recursos de acordo com as demandas em constante mudança, evitando gastos excessivos em infraestrutura ociosa e garantindo um desempenho consistente mesmo durante picos de atividade.
Os desafios de migração para a nuvem
Inúmeras empresas deparam-se com o desafio de priorizar os ganhos imediatos durante a migração para a nuvem, uma abordagem que pode resultar em dificuldades de longo prazo e na diminuição substancial do potencial de valor. Com frequência, os setores de TI, em colaboração com integradores de sistemas, efetuam a migração acelerada de um conjunto de aplicações para a nuvem, com o objetivo dos ganhos iniciais, mas tal estratégia pode resultar em consequências graves. A base da infraestrutura em nuvem, que representa o suporte fundamental, é muitas vezes negligenciada, o que conduz a problemas como a necessidade de recrutar engenheiros de nuvem posteriormente.
No entanto, vale destacar que, criar uma base robusta na nuvem como parte da estratégia de transformação não demanda atrasos financeiros ou investimentos substanciais, o estabelecimento eficaz dessa base na nuvem requer a realização de etapas críticas com experiência. Empresas que conseguem construir essa base sólida alcançam resultados significativos, como até oito vezes mais rápido o processo de migração para a nuvem, uma redução de 50% nos custos de migração a longo prazo e sem atrasos no cronograma de implementação.
Os 10 mandamentos para estabelecer uma base de nuvem adequada
Construir uma base forte na nuvem não se trata apenas de um custo operacional, mas sim de um investimento necessário para retorno em eficiência e valor. Segundo os 10 mandamentos da Mckinsey, algumas etapas desempenham um papel fundamental na criação de uma base sólida.
Nós, da ETHO IT Solutions, em nossos projetos de migração para a nuvem, procuramos sempre seguir estes 10 mandamentos para uma implantação bem sucedida, que traga benefícios financeiros e segurança para nossos clientes.
1 – Otimize a tecnologia para agilizar o processo
Mesmo que o volume de trabalho esteja em uma nuvem ou em data centers tradicionais, muitas empresas lidam com métodos de trabalho antiquados e burocráticos que resultam em atrasos e falta de resultado. A construção da base de nuvem deve priorizar a capacidade de acelerar rapidamente o ciclo de desenvolvimento, desde a concepção até a implementação em um ambiente de produção, tudo isso mantendo a segurança preservada. Isso acontece por meio da automação de várias etapas ao longo do processo, como solicitação de ambientes de teste, modificações de firewall, criação instantânea de redes automatizadas em grande escala, gerenciamento de identidade e acesso (IAM), registro de aplicativos, emissão de certificados e garantia de conformidade, entre outros procedimentos.
2 – Planeje a arquitetura de nuvem para escalabilidade
Ao desenvolver a arquitetura de nuvem, é essencial considerar a escalabilidade. Quando realizada de maneira eficaz, uma arquitetura de nuvem projetada para cinco pessoas pode ser expandida para acomodar 500 ou mais sem modificações substanciais. Conforme a presença na nuvem cresce, uma arquitetura bem estruturada deve ser capaz de incorporar mais componentes, incluindo padrões de aplicativos adicionais, zonas de isolamento e recursos ampliados. A sustentação dessa expansão exige interfaces simples e muito bem planejadas entre os diversos componentes. Uma vez que alcançar esse nível em uma primeira tentativa seja desafiador, contar com a experiência de arquitetos de nuvem que já realizaram isso em grande escala é, sem dúvida, uma vantagem significativa.
3 – Estruture uma organização alinhada à arquitetura
A configuração das equipes influencia a natureza da tecnologia que elas funcionam. As estruturas organizacionais frequentemente moldam os modos de operação das equipes de TI, o que pode gerar divergências com a arquitetura em nuvem.
Um exemplo disso é que algumas empresas mantêm equipes de nuvem separadas para cada unidade de negócios. Assim, pode levar a criação de recursos de nuvem distintos para cada unidade, sem considerar sua reutilização por outras áreas. Esse cenário pode causar ineficiência e atrasos quando mudanças de uma equipe afetam a outra.
Por este motivo, a TI deve primeiro desenvolver a arquitetura de nuvem e, depois, construir uma organização em conformidade com essa estrutura. Isso requer a formação de uma equipe base, equipes para zonas de isolamento e equipes para padrões de aplicativos, reduzindo dependências e redundâncias entre os grupos e, consequentemente, gerando componentes de arquitetura mais eficazes e com menor custo.
4 – Utilize a infraestrutura de nuvem existente
Muitas empresas demonstram uma preocupação em relação a se tornarem dependentes de um provedor específico de serviços em nuvem (CSP). Isso faz com que busquem formas de diminuir esse risco. Um padrão comum é a dependência de contêineres, que podem ser caros e demorados, dificultando a realização de benefícios oferecidos pelos CSPs.
Existem outras abordagens para reduzir o risco de dependência em um CSP, como definir um período de bloqueio limitado e adotar práticas e sistemas que viabilizem mudanças rápidas, se necessário. Ao procurar desenvolver recursos de resiliência não nativas, as organizações frequentemente acabam competindo diretamente com os CSPs, mas sem ter a mesma expertise, compreensão ou recursos desses provedores. O surgimento desse problema acontece porque muitas empresas ainda abordam os CSPs como apenas provedores de hardware, ao invés de parceiros no campo do software.
5 – Foque também em produtos na nuvem
É comum que empresas formem equipes internas de serviços em nuvem para auxiliar a TI e os setores de negócios na adoção da nuvem. Geralmente, essas equipes de serviço operam como centros de suporte, atendendo solicitações para acessar serviços em nuvem aprovados. No entanto, isso frequentemente resulta em uma abordagem fragmentada, na qual a empresa utiliza dezenas de serviços em nuvem independentes, sem uma arquitetura coerente. O resultado é complexidade, falhas e falta de transparência no uso.
Por isso, é fundamental que as empresas tenham equipes de produtos dedicadas, compostas por arquitetos e engenheiros de nuvem experientes, para desenvolver e gerenciar produtos em nuvem simples, escaláveis e reutilizáveis para as equipes de aplicativos. Concentrar-se em produtos em nuvem, em vez de simplesmente em serviços, ajuda a garantir que os recursos sejam usados da maneira certa, seguindo um alinhamento mais coeso.
6 – Evite que as equipes recriem soluções já existentes ao migrarem para a nuvem
Quando as organizações permitem que as equipes de aplicativos migrem suas próprias soluções para um provedor de nuvem, muitas vezes isso resulta em um conjunto variado de recursos e configurações de nuvem dispersos, o que torna a manutenção de todo o inventário um desafio contínuo.
Uma abordagem mais eficaz é tratar os recursos de implantação de aplicativos como produtos independentes, abordando questões comuns através da utilização de padrões de aplicativos. Esses padrões são responsáveis por configurar recursos compartilhados, estabelecer pipelines de implantação padronizados e assegurar conformidade em termos de qualidade e segurança.
7 – Implemente um gerenciamento de mudanças direcionado por meio de zonas de isolamento
Zonas de isolamento representam os ambientes em nuvem onde os aplicativos são hospedados. Para acelerar a migração para a nuvem, frequentemente os provedores de serviços em nuvem e integradores de sistemas começam com uma única zona de isolamento para abrigar todos os aplicativos. No entanto, essa abordagem é arriscada, uma vez que as alterações de configuração feitas para um aplicativo podem afetar outros. Por outro lado, criar uma zona de isolamento para cada aplicativo dificulta a implementação de mudanças de configuração.
8 – Crie funcionalidades de uma única vez para serem usadas em todos os provedores de serviços em nuvem
A maior parte das empresas estará presente em diversas nuvens. Normalmente, essa distribuição se divide em cerca de 60% das cargas de trabalho em uma plataforma, 30% em outra e o restante é distribuído em outros provedores. Em vez de criar recursos básicos como conectividade e roteamento de rede, serviços de identidade, registro e monitoramento, de forma repetida em cada provedor de serviços em nuvem (CSP), as empresas devem criar esses recursos uma única vez e então reutilizá-los em todas as zonas de isolamento, inclusive aquelas que estão em diferentes CSPs.
9 – Facilite a integração de aquisições com a criação de uma base adicional de implementação
No decorrer do processo de aquisição, a fusão de ativos de TI pode ser um desafio complexo. A nuvem pode agilizar e simplificar esse processo de fusão se a empresa compradora criar uma base de integração capaz de gerenciar os ativos da empresa adquirida. Essa abordagem permite que as políticas de identidade, acesso, segurança, rede e conformidade já existentes na empresa adquirida sejam mantidas, garantindo que as cargas de trabalho continuem operando conforme planejado. Com o tempo, elas podem ser migradas da base de integração para a base principal de forma controlada e previsível.
10 – Faça da segurança e a conformidade um alicerce preventivo e automatizado na nuvem
Cada componente de software e sistema deve ser submetido a uma etapa de segurança. As abordagens convencionais de cibersegurança dependem de supervisão e revisão humanas, que não conseguem acompanhar o ritmo necessário para aproveitar a agilidade e velocidade oferecidas pela nuvem. Portanto, é determinante que as empresas adotem novas arquiteturas e processos de segurança para proteger suas cargas de trabalho na nuvem.
Sobre a ETHO IT Solutions
A ETHO IT Solutions tem como propósito apoiar as empresas na execução de projetos em tecnologias emergentes, além de aportar profissionais hot skills altamente qualificados e especializados nas habilidades mais requisitadas.
Nosso objetivo é ser o seu parceiro estratégico na execução de projetos corporativos de TI e Transformação Digital, oferecendo soluções ágeis, transparentes e customizadas de acordo com a necessidade de cada negócio. Nossa expertise engloba a alocação dos recursos estratégicos necessários para viabilizar os projetos de sua organização, complementando as capacidades exigidas pelas tecnologias emergentes.
Os serviços da ETHO IT Solutions abrangem desde a condução até a gestão de projetos de TI em tecnologias emergentes, gerenciamento de aplicações e alocação estratégica de recursos.
Contamos com uma equipe de gestores experientes, com amplo conhecimento sobre os desafios tecnológicos e a implementação de projetos corporativos. Assim, podemos orientar a implementação e o suporte às soluções tecnológicas mais avançadas do mercado. E por uma equipe técnica composta por especialistas em tecnologias emergentes como SAP, SalesForce, Google Cloud, Full Stack, Big Data, entre outros, que possuem habilidades atualizadas e relevantes para enfrentar a crescente complexidade dos projetos corporativos.
Somos uma empresa que vai além dos serviços de TI. Nosso objetivo é impulsionar a inovação e a tecnologia para sustentar a transformação digital necessária à sua empresa, aprimorando, assim, o desempenho dos seus negócios.
Fontes / Referências
https://www.accenture.com/br-pt/insights/cloud/cloud-outcomes-perspective
https://www.ibm.com/blogs/ibm-comunica/pesquisa-cloud-transformacao-digital/
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